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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Linux nas Escolas

pias de Segurança em Linux

Neste artigo vamos abordar as possibilidades da utilização de Software Open Source nas Escolas, as vantagens e condicionantes, assim como conhecer algumas soluções existentes para o mercado da Educação.

Muitas das vantagens apresentadas são aplicáveis não só às Escolas, mas a todas as entidades Públicas e Privadas, que optem por utilizar o Linux na sua actividade.

O Custo

Desde logo, o custo é um factor relevante, principalmente num sector com recursos financeiros escassos. Mesmo existindo licenciamentos específicos para Educação por parte dos principais fabricantes de software, o custo de licenciamento é elevado devido à grande quantidade de máquinas que equipam cada instituição escolar.

No caso de a opção pelo Sistema Operativo se mantiver no Windows, existem várias aplicações Open Source com a mesma qualidade em relação às concorrentes tradicionais, e que não implicam gastos em licenciamento. É o caso do Mozilla Firefox (www.mozilla-europe.org/pt/products/firefox/) nos Navegadores de Internet, o Mozilla Thunderbird (www.mozilla-europe.org/pt/products/thunderbird/) nos clientes de correio electrónico, ou o OpenOffice.org (www.openoffice.org) nas Suites de Produtividade.

Numa opção mais radical, o próprio Sistema Operativo poderá ser baseado em qualquer uma das várias Distribuições Linux, eliminando ou reduzindo radicalmente os custos de Licenciamento.

Por outro lado, a poupança seria notória a nível de Hardware, pois os requisitos para a utilização do Linux não são comparáveis com os do Windows XP, nem com os do Windows Vista. Das máquinas recebidas pelas Escolas nos anos mais recentes verificamos que as mesmas já se estão a tornar lentas, devido em grande parte às actualizações do Windows. Por outro lado, nos casos das Escolas que disponham de Acordos de Licenciamento em Volume, não encaro com tranquilidade o upgrade para o Windows Vista, devido à (ainda) instabilidade e ao “peso” deste novo Sistema Operativo. A opção pela instalação do Linux nestes computadores dará uma nova vida a estas máquinas, que de outra forma teriam que ser substituídas ou actualizadas em Hardware.

A Segurança

A utilização intensiva dos computadores por crianças e jovens levanta problemas de segurança quer do próprio computador, quer dos conteúdos acedidos.

O Linux apresenta soluções a estes níveis com investimentos muito baixos...

A nível da segurança do computador, a imunidade de ataques de Vírus e outro Malware reduz os custos de manutenção do parque informático, associando-se o facto de em Linux os utilizadores não poderem alterar configurações às quais não estão associadas as respectivas permissões, implica uma maior estabilidade dos computadores.

Tudo isto liberta tempo aos responsáveis por esses computadores para tarefas mais produtivas do que detecção e eliminação de Vírus e reinstalação de Sistemas Operativos. Por outro lado, reduz os custos de licenciamento de software Anti-Vírus.

A Internet, embora possa ser uma fonte quase inesgotável de informação importante e relevante, é igualmente, propensa a utilizações inadequadas, principalmente para as crianças e jovens. O recurso a um servidor Linux para a tarefa de Proxy no acesso à Internet permite filtrar conteúdos (por categorias: sexo, violência, redes sociais), páginas especificamente indicadas (hi5.com, orkut.com) e aplicações (MSN, peer-to-peer, etc) de modo a minimizar estes riscos. Assim será garantida a utilização dos computadores da Escola para os fins que se destinam.

As Aplicações

De que serviria a utilização do Linux se não existirem as aplicações necessárias?

Por um lado, existem aplicações genéricas de navegação na Internet, Correio Electrónico ou de Produtividade, às quais já fizemos referência.

No entanto, existem muitas outras aplicações especificamente utilizadas pelo sector da Educação, e que variam em função das faixas etárias a que se destinam.

Um dos grupos que mais produz este tipo de aplicações são as editoras de Manuais Escolares. Infelizmente a grande maioria apenas podem ser executadas em Windows. A solução mais simples passará pelo desenvolvimento em ambiente web, baseado em Flash, Java e outras aplicações independentes de Sistemas Operativos. Esta opção, para além de permitir o acesso a outros Sistemas Operativos para além de Windows, necessita de menores recursos nos computadores, permitindo a utilização de máquinas mais antigas.

Existem ainda aplicações e Distribuições dirigidas para a Educação, algumas das quais vamos apresentar neste artigo.

Edubuntu

Como não poderia deixar de ser, o Ubuntu tem uma versão específica para Educação, designada Edubuntu (www.edubuntu.com). A grande diferença em relação à versão normal é a inclusão de um conjunto de aplicações vocacionadas para o Ensino. Todo o restante sistema é exactamente igual ao Ubuntu.

Caixa Mágica 12

A distribuição portuguesa Caixa Mágica lançou a sua mais recente versão 12, a qual como já referimos no artigo anterior é baseada na Mandriva. No âmbito do programa e-escola (www.eescola.net), este Sistema Operativo pode ser pedido no computador Fujitsu-Siemens fornecido pela operadora TMN em detrimento do Windows Vista.

Potato Guy

Vocacionado para crianças, permite brincar com os olhos, nariz, boca e outros membros de modo a construir um boneco baseado numa batata e cada escolha por uma peça emite diferentes sons.

O Potato Guy desenvolve o potencial criativo das crianças de forma divertida, apenas com a utilização do rato. Acrescenta a vantagem de aumentar a destreza da criança na utilização de botões de menus.







Tux Paint

O Tux Paint é um programa de desenho, mas neste caso, para além dos habituais pincéis, lápis e o

utras formas disponibilizadas, este programa disponibiliza “selos” representando diferentes imagens que podem ser adicionadas ao desenho. O botão “mágico” cria efeitos tipo chuva, nevoeiro ou distorção do desenho. Existe muita interacção através do som emitido pelo programa.







Tux Math

Excelente jogo para estimular o cálculo mental. O jogador assume o papel de um Pinguim que dispara contra os objectos que caem do topo do ecrã. No entanto, para disparar e acertar, o jogador deverá inserir através do teclado o resultado da operação correspondente ao objecto em queda. Existem três níveis de dificuldade, os quais implicam operações mais complicadas e com mais dígitos.











Kalzium

Programa de apoio ao estudo da Química.











GCompris

O GCompris é uma suite de aplicações educacionais que compreende numerosas actividades para crianças de idade entre 2 e 10 anos. Algumas das quais são de orientação lúdica, mas sempre com um carácter educacional:

  • descoberta do computador: teclado, rato, diferentes usos do rato, ...

  • álgebra: memorização de tabelas, enumeração, tabelas de entrada dupla, imagens espelhadas, ...

  • ciências: controlo do canal, ciclo da água, o submarino, simulação eléctrica, ...

  • geografia: colocar o país no mapa, ...

  • jogos: xadrez, memória, ligue 4, sudoku ...

  • leitura: prática de leitura

  • outros: aprender a identificar as horas, quebra-cabeças com pinturas famosas, desenho vectorial, ...

Nas Instituições de Ensino Superior já é possível encontrar o Linux nos computadores, fruto do trabalho dos seus responsáveis técnicos. O mesmo não acontece na grande maioria das Escolas Secundárias e dos 1º ao 3º ciclos. Nestes casos, os responsáveis pela manutenção dos computadores são normalmente professores de TIC, os quais estão mais habituados a trabalhar com sistemas proprietários.

A formação de futuros profissionais deveria passar pela sua qualificação multi-plataforma, potenciando a capacidade de adaptação na vida profissional aos vários Sistemas Operativos. Do trabalho que temos desenvolvido verificamos que mesmo algumas pessoas com formação superior demonstram muitas dificuldades na adaptação a aplicações alternativas às habitualmente utilizadas, ou até mesmo a novas versões das aplicações que sempre utilizaram. Como exemplos, vejam-se as dificuldades apresentadas na adopção do OpenOffice.org e até mesmo na Versão mais recente do Windows e do Office da Microsoft. É este tipo de competências que urge transmitir aos jovens para que estes sejam formados com maior grau de literacia tecnológica.

O Fenómeno PCLinuxOS

pias de Segurança em Linux

Nas próximas páginas descubra a Distribuição que está a fazer furor no meio Linux e conheça os motivos!

Um dos prazeres partilhados por grande parte dos apreciadores de Linux é a análise das diferentes Distribuições que existem e que aparecem de forma constante.

Tal como já abordamos nos vários artigos sobre Linux, existe uma grande variedade de Distribuições. Aliás, podemos mesmo afirmar que existem para todos os gostos!

Contrariamente ao Windows, o facto de existir tal diversidade em Linux tem vantagens e desvantagens, principalmente porque, por vezes, as diferenças são muito acentuadas.

Por se tratar de Open Source, qualquer utilizador com os conhecimentos necessários pode alterar uma Distribuição em função dos seus gostos e preferências. Depois, é só disponibilizar na Internet para que todos nós possamos experimentar e, se for o caso, utilizar sem limitações.

No entanto, um dos factores potencialmente negativos desta diversidade, poderá ser a dificuldade de adaptação e compreensão de funcionamento de cada uma das Distribuições pelos utilizadores menos experientes. Aqui, existe uma forma de minorar esta dificuldade: se conseguirmos saber em que “Família” de Distribuições se baseia a que experimentamos.

Ou seja, quando se trata de uma Distribuição baseada em Debian ou Ubuntu, por exemplo, sabemos desde logo que os pacotes de instalação têm a extensão “.deb” e que se utiliza o comando “apt-get install” na linha de comandos para a instalação de aplicações. Já em Distribuições derivadas de Red-Hat o instalador é o “rpm”.



DistroWatch.com

O site www.distrowatch.com é um dos principais recursos para qualquer apreciador de Linux e um dos pontos de visita obrigatório para quem pretende conhecer um pouco melhor o mundo das Distribuições Linux.

Com actualizações diárias, o site disponibiliza várias secções interessantes, de entre as quais, destacamos:

  • Distrowatch Weekly: coluna de opinião semanal acerca de acontecimentos ocorridos em Distribuições Linux.

  • Artigos e anãlises: local onde se encontram artigos e análises sobre as Distribuições analizadas.

  • Pacotes: embora não sendo das áreas mais actualizadas do site, aqui podemos encontrar as principais aplicações (nas versões estáveis) para Linux.

  • Distribuições Principais: tal como referimos muitas vezes, a diversidade de Distribuições em Linux resume-se a algumas “famílias” e suas derivações. Nesta página, poderá conhecer com mais detalhe as origens e especificidades das principais Distribuições.

  • Próximos lançamentos: os lançamentos de novas versões têm um ciclo muito curto em Linux. As principais Distribuições apresentam novas versões a cada seis meses. Nesta secção é possível consultar o calendário previsto para os lançamentos de cada Distribuição.

O site disponibiliza os seus conteúdos em várias línguas, incluindo o Português. No entanto, a lingua de Camões não é apresentada em todo o site, sendo apenas encontrada nos menus de navegação e alguns (poucos) conteúdos.

PCLinuxOS

Na posição cimeira das visitas dos visitantes do site distrowatch.com encontramos o PCLinuxOS. Esta Distribuição já lidera há cerca de um ano e tem batido as mais conhecidas, tais como o Ubuntu, SuSE, Red Hat, Mandriva e Debian, entre outros.

Mas este Ranking mede as visitas que os visitantes efectuam às páginas de cada Distribuição naquele site, e não a quantidade de utilizadores efectivos.

Ainda de acordo com um estudo apresentado pela distrowatch.com realizado em Outubro de 2007 e baseado nos logs das visitas, nos quais é possível saber qual o Sistema Operativo utilizado, os valores obtidos são os seguintes:



Posição

Distribuição

% de Visitantes

1

Ubuntu

31,30

2

Debian

9,90

3

OpenSuSE

7,40

4

PCLinuxOS

6,10

5

Fedora

3,80

6

Mandriva

3,50

7

Linux Mint

3,40

8

Mepis

1,40

9

Free BSD

0,80

10

Kubuntu

0,70

Fonte: www.distrowatch.com

Durante o período em análise, o site recebeu 3,7 milhões de visitas, dos quais cerca de 40% utilizavam Linux. Destes, cada Distribuição utilizada no computador do visitante foi contabilizada.

No entanto, o fenómeno de popularidade que testemunhamos actualmente com o PCLinuxOS, é muito semelhante ao aparecimento do Ubuntu...



Vindo do nada, o Ubuntu apareceu no top da Distrowatch.com e aí se tem mantido desde então. Mas, recentemente, foi destronado pelo PCLinuxOS.

O que causa estranheza em tudo isto, é o facto de, aparentemente, o PCLinuxOS não ter os factores de diferenciação que o Ubuntu apresentou: ciclo de lançamento de novas versões de seis meses e participação de uma comunidade online enorme.

O PCLinuxOS disponibiliza uma versão Live CD, a qual pode ser utilizada em qualquer computador sem interferir com o conteúdo do disco rígido. No entanto, a partir deste Live CD é possível instalar esta Distribuição de forma definitiva no computador.

O processo de instalação é muito simples, bastando ao utilizador que executa o Live CD efectuar um duplo-clique no ícone “Instalar PCLinuxOS” presente na Área de Trabalho. A partir deste ponto, o processo de instalação é iniciado e em função das questões colocadas pelo instalador (Disco, idioma, data e hora, fuso horário e criação de utilizadores). O sistema ganha forma após reiniciar!

Baseado no Mandriva, o PCLinuxOS não é uma cópia fiel daquela Distribuição, alterando apenas o Ambiente Gráfico. A principal diferença assenta no Gestor de Pacotes de instalação: no Mandriva é utilizado o “URPMI”, enquanto que no PCLinuxOS encontramos o “Synaptic” (também utilizado pelo Ubuntu, por exemplo).

O PCLinuxOS inclui de origem algum software, incorporado no KDE. Tratando-se de um Live CD, não existe muito espaço para outros Ambientes Gráficos, nem sequer para a disponibilização de vários programas com as mesmas funcionalidades. Excepção para o OpenOffice.org, GIMP e Thunderbird. No caso de preferir outras aplicações e/ou Ambientes Gráficos (GNOME, por exemplo), basta instalar o Sistema Operativo no disco rígido.

Control Center

Uma das áreas fundamentais do PCLinuxOS é o Control Center. Esta é, aliás, uma das mais-valias desta Distribuição, visto tratar-se da melhor abordagem em Linux ao reunir num único local a maior parte das configurações do sistema.

O crédito não pode ser atribuído em exclusivo ao PCLinuxOS na disponibilização do Control Center, pois esta funcionalidade é originária do Mandriva. A escolha não podia ser mais acertada, pois o Control Panel reúne dezenas de funcionalidades e detecção automática de hardware, tudo num só local.

A utilização de Control Center está acessível através do ícone localizado na barra inferior do Ambiente de trabalho e será necessário introduzir a palavra-passe de root para conseguir aceder ao seu conteúdo.

Gestão de pacotes de instalação

Tal como referimos, outra das mais-valias do PCLinuxOS é a opção pelo “Synaptic” como gestor de pacotes de instalação.

Para os leitores menos conhecedores, na maior parte das situações não é possível descarregar simplesmente a última versão de uma aplicação e instala-la. Isto porque as entidades que desenvolvem essas aplicações podem não ter desenvolvido em função de todas as Distribuições de Linux. As excepções mais conhecidas são o OpenOffice.org, o Firefox ou o Google Earth.

A solução adoptada pelas Distribuições baseia-se na disponibilização dos pacotes de instalação preparados para cada uma, garantindo uma elevada compatibilidade e estabilidade do sistema. Assim, existem repositórios (servidores com ficheiros instaladores) para a instalação no PCLinuxOS. E acredite, a quantidade de aplicações disponíveis é impressionante!

A opção pelo “Synaptic” aproxima o PCLinuxOS ao Ubuntu, no que respeita a instalação, actualização e remoção de software, e de acordo com os seus criadores, é mais amigável para o utilizador, por efectuar uma gestão de dependências (ficheiros que são necessários para a instalação de uma aplicação, semelhantes aos .dll no Windows).



Ajuda

As características e funcionalidades do PCLinuxOS que apresentamos fazem desta Distribuição uma excelente escolha para os utilizadores que pretendam iniciar-se em Linux. Assumindo que quem o experimenta está habituado ao Windows, é fundamental a facilidade de utilização, a escolha pelo KDE, a organização e imagens no Ambiente de Trabalho.

No entanto, quando alguma coisa não corre como desejamos, podemos recorrer a uma imensa comunidade online de utilizadores mais experientes e até mesmo às pessoas que desenvolveram o PCLinuxOS.

A dimensão da comunidade online, embora seja de difícil medição, pode ser calculada em função dos fóruns existentes para cada Distribuição.

Nestes casos, de modo indicativo, o PCLinuxOS está bem classificado em comparação com os seus principais competidores. No quadro seguinte apresentamos o número de tópicos nos fóruns de cada Distribuição:



Distribuição

Ajuda - Geral

Ajuda - Software

Mandriva

21.000

47.000

PCLinuxOS

20.000

34.000

Ubuntu

90.000

nd

O recurso a ajuda online sempre foi, e será, essencial para a manutenção e perfeito funcionamento do Linux.



segunda-feira, 21 de abril de 2008

Análise a actualizações de Distribuições

Cópias de Segurança em Linux O ciclo de lançamento de novas versões em Linux é, em média, de 6 meses. Sim, o leitor leu bem, 6 meses e não 6 anos como estamos habituados nas versões do concorrente...

Estes intervalos curtos de renovação de versões provam a mais-valia da participação da comunidade no desenvolvimento em cooperação com as empresas criadoras de cada Distribuição...

Fedora 8

A versão 8 do Linux Fedora (www.fedoraproject.org) foi lançada em Outubro de 2007 e apresenta novas versões das principais aplicações de que é composta.

Os principais desenvolvimentos assentam no “PulseAudio” (www.pulseaudio.org), um servidor de áudio avançado, compatível com todos os sistemas de som do Linux.

Para além disso, inclui o “CodecBuddy”, o qual integra Codecs proprietários através da sua obtenção em função das necessidades do utilizador.

A utilização de redes sem fios está melhorada, assim como o recurso ao BlueTooth.

No que respeita à segurança, no Fedora 8 a configuração da Firewall está mais facilitada, graças ao sistema gráfico. A aplicação “PolicyKit” permite ao utilizador a atribuição de permissões a aplicações.

A Gestão de Energia está igualmente melhorada, quer pela poupança energética, quer pelos desenvolvimentos na suspensão do computador.

Os desenvolvimentos no aspecto gráfico passam pela utilização de origem dos efeitos “Compiz-Fusion” para o Gnome e para o KDE.



OpenSUSE 10.3

A versão 10.3 do OpenSUSE (pt.opensuse.org) apresenta uma nova aplicação denominada “Giver”, a qual permite a partilha de ficheiros na rede local. O utilizador que recebe o ficheiro visualiza um balão de diálogo a disponibilizar o ficheiro. No caso de o aceitar, o ficheiro é transferido de imediato e de forma automática.

A personalização da versão é uma funcionalidade cada vez mais disponibilizada pelas diversas Distribuições. Para além do Fedora permitir a criação de um CD/DVD com a instalação do sistema e aplicações escolhidas pelo utilizador desde a versão 7, também agora o OpenSUSE anuncia esta possibilidade. Assim, é possível criar um CD ou um DVD de instalação customizados, incluindo as aplicações preferidas. Desta forma, a instalação em mais do que um computador é facilitada porque evita a perda de tempo nas configurações e instalações de programas após a instalação. Para além de CD ou DVD, é possível criar versões Live USB, ou seja, nas quais o sistema inicia e funciona com base num dispositivo USB (em analogia com o já conhecido Live CD).

Nesta versão mais recente do OpenSUSE foram introduzidas melhorias a nível de configuração e monitorização da rede, especificamente no YAST, o Centro de Controlo e Configuração do sistema.

Aliás, a simplificação da instalação e configuração de software é mais notória com a funcionalidade “1-Clique”, a qual permite realizar as principais tarefas de gestão do software (incluindo Codecs multimédia) de forma rápida e intuitiva.

Um dos principais motivos de queixa dos utilizadores das versões anteriores à 10.3 foi o tempo despendido no arranque do Sistema Operativo. Nesta versão mais recente, o OpenSUSE reduziu para quase metade o tempo deste processo, aproximando-se desta forma, das restantes distribuições.



Ubuntu 7.10

Uma das principais novidades da versão 7.10 do Ubuntu (www.ubuntu.com), é a disponibilização do gestor de janelas “Compiz-Fusion”, em linha com o que acontece com outras distribuições.

Também na utilização do Firefox, a simplicidade é notada. Desta feita, a instalação de plug-ins é automatizada, evitando “bloqueios” à navegação por falta dos componentes “Flash” ou “Java”.

O configurador de Ambiente de Trabalho foi melhorado, e das principais alterações notadas, destacam-se a simplificação da alteração de resolução do ecrã e a utilização de vários ecrãs em simultâneo.

Outra novidade é a inclusão de um novo utilitário de pesquisa de documentos, histórico de conversação em Chat, entre outros.

No Ubuntu, a indicação das versões corresponde à data em que a mesma é lançada. Assim, 7.10 significa que foi lançado no ano de 2007 e no mês de Outubro. A próxima versão prevista será editada em Abril de 2008, sendo nesse caso, a versão 8.04 e tratar-se-á de uma versão LTS (Long Term Support). O facto de se tratar de uma versão LTS significa que a Canonical (empresa que desenvolve o Ubuntu) disponibilizará actualizações e patches de segurança durante 3 anos na versão Desktop, e de 5 anos na versão Servidor.



Mandriva 2008.0

Para além das diferenças em termos gráficos, são poucas as alterações notadas entre a versão 2007.1 Spring e a 2008.0 do Mandriva (www.mandriva.com).

Mas, quase nos podemos arriscar a questionar: para quê mexer no que está bem? De facto, o Mandriva já tem vindo a mostrar que a sua Distribuição de Linux se encontra num patamar elevado... E não será por acaso que a portuguesa Caixa Mágica (www.caixamaica.pt) anunciou que a versão mais recente do seu Sistema Operativo será baseada em Mandriva, rompendo com o passado associado ao SUSE.

No entanto, vamos abordar as principais alterações desta versão:

De base, foi melhorada a leitura e escrita de partições NTFS. Esta funcionalidade é extremamente útil para os utilizadores que, para além do Mandriva, têm o Windows instalado, permitindo o acesso à partição do Windows a partir do Linux. Assim, está facilitado o acesso a ficheiros e documentos do Windows. Deixa de ser necessário o arranque do computador com aquele Sistema Operativo para aceder aos ficheiros lá localizados.

Tal como outras Distribuições, também no Mandriva foi melhorado o suporte de placas de rede sem fios, principalmente algumas de conexão USB.

Como não poderia deixar de ser, também aqui o Gestor de Janelas 3D por defeito é o “Compiz-Fusion”. Aliás, este parece ser o standard actual de todas as Distribuições Linux na actualidade.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Cópias de Segurança em Linux

Cópias de Segurança em Linux

Todos os utilizadores de computadores, já passaram ou irão passar por momentos em que a única esperança perante uma perda da informação do sistema, são as cópias de segurança.

No entanto, entre os que até efectuam cópias de segurança regularmente, encontramos situações em que essas cópias foram efectuadas há demasiado tempo. E note-se que o conceito de tempo aqui aplica-se de forma não linear... se a cópia foi efectuada há um mês, mas desde essa data quase nada foi alterado no conteúdo dos ficheiros, não é problemático. Mas o caso até muda de figura se a cópia até foi realizada ontem, mas a manhã de hoje foi a mais produtiva das nossas vidas e pensar em perder estes dados é pior do que qualquer filme de terror produzido em Hollywood!

Descanse o leitor, porque em Linux as cópias de segurança podem ser facilmente configuradas e efectuadas nos intervalos temporais que o utilizador achar mais convenientes.

Para tal, vamos conhecer várias ferramentas avançadas que integradas devidamente resultam numa excelente política de segurança.

Rsync – sincronizar e copiar

O Rsync é um comando em Linux, o qual, basicamente sincroniza ficheiros e directórios. A grande vantagem da sua utilização advém da eficiência com que efectua essa tarefa, permitindo reduzir o tempo de cópia e a largura de banda (no caso de se utilizar uma rede).

Quando utilizamos o Rsync, este comando não copia todos os ficheiros e pastas na integra. Em vez disso, compara os ficheiros e/ou pastas que pretendemos copiar com a pasta de destino. Se estamos a efectuar a cópia pela primeira vez, esta é realizada pela totalidade, como é óbvio. Mas, se se tratar de uma repetição da cópia, é utilizado nesse caso um algoritmo para determinar o que foi alterado desde a última cópia. Assim, apenas é transferido o que, de facto, é diferente. Mais interessante é o facto de mesmo no caso de ficheiros, estes não são copiados na totalidade. Por exemplo, se temos um ficheiro que tinha um tamanho de 10Mb e actualmente ocupa 12Mb, o Rsync transfere apenas o diferencial (os 2Mb)! Isto aplicado a cópias regulares de grandes volumes, faz milagres!

O Rsync pode ser utilizado para copiar os ficheiros e pastas dentro do mesmo disco ou entre discos, para suportes externos (discos USB) ou em rede (quer local ou Internet). Por uma questão de simplicidade, neste artigo vamos apenas considerar a cópia para um Disco Externo USB.

Forma de utilização do Rsync

O comando para executar o Rsync é:

rsync -argumento origem destino

onde -argumento podem ser um ou vários argumentos, dos quais se destacam:

p – perms: mantém as permissões

t – times: mantém a data e hora das pastas e ficheiros

o – preserve owner: mantém o proprietário

g – preserve group: mantém o grupo

v – verbose: visualização da evolução da tarefa

r – recursive: inclui sub-pastas

a – archive: equivale aos argumentos r, l, p, t, g, o, D

Assim, por exemplo, o comando rsync -tvr /home /mnt/backup realiza uma cópia da pasta /home para a pasta /mnt/backup. O argumento t indica ao Rsync para manter a data e hora originais dos ficheiros, caso contrário a data e hora passaria a ser a da cópia.

A cópia da pasta /home por si só não ajuda na cópia de segurança, pois o interessante é o seu conteúdo de ficheiros e sub-directórios. Para isso, indicamos o argumento r de modo a copiar o directório e tudo o resto que esteja “dentro” deste.

Nesta tarefa o ideal é podermos visualizar o decorrer da cópia, de modo a verificarmos se existe algum erro. Para tal, utilizamos o argumento v.

Salienta-se o detalhe que é de extrema importância: no comando apresentado no exemplo, o caminho da pasta de origem não apresenta o / no final, tal como na pasta de destino. Isto deve-se ao facto de, desta forma, a cópia incluis a própria pasta /home. Vejamos outros exemplos para melhor entender:

rsync -tvr /home /mnt/backup -> copia o directório /home (e seus sub-directórios) para a pasta /mnt/backup.

rsync -tvr /home/ /mnt/backup -> copia os ficheiros existentes na pasta /home (e seus sub-directórios) para a pasta /mnt/backup, mas a própria pasta /home não é copiada.

Dos argumentos apresentados, verificarmos que escrever rsync -rltpgoD e rsync -a, é exactamente a mesma coisa. Como sempre, os utilizadores de Linux quando podem simplificar, não hesitam!

Montagem de Disco Externo

Em artigos anteriores, verificamos que em Linux não existem os drives C:, D:, etc, como estamos habituados em Windows. A localização dos dispositivos (discos, disquetes, CD-ROM, etc) podem ser encontrados na pasta /dev.

Os discos IDE são listados como /dev/hd* e os SATA ou USB como /dev/sd*.

Alguns exemplos ajudam a compreender:

/dev/hda1 -> disco IDE Primário Master

/dev/hda2 -> disco IDE Primário Slave

/dev/hdb1 -> disco IDE Secundário Master

/dev/hdb2 -> disco IDE Secundário Slave

/dev/sda1 -> primeiro disco SATA ou USB

/dev/sda2 -> segundo disco SATA ou USB

Mesmo sabendo isto, não é possível aceder a qualquer um dos discos sem que o mesmo seja montado. Assim, o comando mount permite a montagem de um dispositivo no sistema, sendo acessível como se fosse um directório. Normalmente é utilizada a pasta /mnt, por forma a sabermos que estamos a aceder a um conteúdo que nem sempre poderá estar acessível porque foi “montado”. Isto não significa que o leitor seja obrigado a seguir com o uma regra! Se preferir, poderá criar os directórios que desejar para a montagem dos mais variados dispositivos.

Mais exemplos:

mount /dev/hdb1 /mnt -> monta o disco IDE Secundário Master na pasta /mnt

mount /dev/sda1 /mnt -> monta o disco SATA ou USB na pasta /mnt

Desta forma, seria possível aceder aos directórios de cada um dos discos e efectuar as tarefas desejadas, com o comando cd /mnt.

Pelo que aprendemos até ao momento, já podemos efectuar uma cópia de segurança. Basta executar uma sequência de comandos. No nosso exemplo, vamos considerar a cópia da pasta /home para o disco externo ligado por USB reconhecido como /dev/sda1.

Para se saber quais os dispositivos ligados ao computador, basta executar o comando sfdisk –l, o qual divide na sua apresentação os tipos de ligação de discos (IDE, SATA ou USB). No caso de o disco externo não corresponder a sda1 no seu sistema, não se esqueça de alterar esses pontos nos comandos de exemplo que apresentamos!

A sequência de comandos seria a seguinte:

mount /dev/sda1 /mnt -> Monta o disco externo na pasta /mnt

rsync -av /home /mnt -> Copia a pasta /home e respectivo conteúdo (ficheiros e sub-pastas) para o directório /mnt. O argumento v permite-nos acompanhar todo o processo na linha de comandos em função da sua evolução.

umount /mnt -> Desmonta o disco externo. A informação do disco mantém-se, mas este deixa de ser acedido pelo sistema. Após este passo, é possível remover o disco em segurança.


Aparentemente o processo de cópia está concluído, e resta ao leitor efectuar estes comandos sempre que pretender actualizar a cópia de segurança.

O problema é que o mais certo é esquecer-se e só o voltar a fazer muito raramente. E nesse caso, de quase nada serviu o que aprendeu…


SCRIPT – pequeno aplicativo

Um script é, nada mais, nada menos, do que um pequeno programa criado pelo utilizador, que pode executar uma série de comandos automatizados.

Assim, é possível criar num único ficheiro, um script contendo todos os comandos apresentados para a realização da cópia de segurança.

Para o efeito, podemos recorrer a um processador de texto na linha de comandos. Existem vários, sendo os mais conhecidos o “vi”, o “nano” e o “emacs”. Por uma questão de facilidade de utilização para os utilizadores menos experientes, vamos apresentar o nosso exemplo recorrendo ao “nano”.

O ficheiro a criar será o “backup.sh” e utilizamos os seguintes comandos:

nano /etc/backup.sh -> executa o editor de texto “nano” e criar o ficheiro “backup.sh”

A linha de comandos altera o aspecto o aspecto de forma a permitir-nos escrever texto:

#!/bin/sh

mount /dev/sda1 /mnt || exit

rsync -av /home /mnt

umount /mnt






A primeira linha indica a “shell”, ou seja, o interpretador de comandos a utilizar.

De seguida, aparece a montagem do disco externo, no entanto, acrescentamos um elemento novo para o leitor: o “pipe” (||). Estes caracteres são obtidos pela combinação das teclas Alt+\. Em termos básicos, a instrução dada permite a interrupção dos comandos no caso de não estar presente o disco externo. Assim, evita-se correr as tarefas que não vão ter qualquer efeito.

Os restantes comandos são os mesmos que apresentamos antes.


CRON – Agenda de tarefas do Sistema

Desta forma o processo está quase concluído, faltando apenas o agendamento da tarefa, de modo a correr periodicamente, para que a cópia de segurança não dependa da disponibilidade e lembrança do seu utilizador.

Em Linux temos um serviço, o qual é carregado no arranque do sistema. Este serviço é designado por “Cron”. Esta ferramenta permite programar a execução de comandos e tarefas de forma repetitiva ou apenas numa única vez. Para isso, o “cron” utiliza uma tabela denominada “crontab”. O arquivo “crontab” normalmente está localizado no directório /etc.

A utilização do “crontab” obedece a um formato especifico de modo a permitir o agendamento das tarefas.

Para a edição do “crontab” podemos utilizar o editor de texto já nosso conhecido: o “nano”.

O comando nano /etc/crontab (não é engano, este ficheiro não tem extensão) abre o ficheiro de modo a permitir a sua edição. O leitor verificará que o mesmo não está vazio, tal como ocorrera com o “backup.sh”, porque é um ficheiro criado pelo sistema.

Salienta-se uma particularidade: qualquer linha iniciada por # é interpretada pelo sistema como um comentário. Isto significa que o texto servirá para ser lido pelos utilizadores e não pelo sistema, que o ignorará.

Dito isto, o comando a incluir no final do ficheiro será:

# Cópia de segurança diária

0 13 * * * root /etc/backup.sh


Vamos conhecer em detalhe cada elemento desta linha:

Minuto

Hora

Dia do Mês

Mês

Dia da semana

Utilizador

Comando

0

13

*

*

*

root

/etc/backup.sh

Desta forma, o “cron” sabe que todos os dias, às 13 horas e 0 minutos deverá executar o comando /etc/backup.sh.

No entanto, estes campos podem assumir outros valores (sabendo que o * significa “todos”):

- Minutos: 0 a 59;

- Horas: 0 a 23;

- Dia do Mês: 1 a 31;

- Mês: 1 a 12;

- Dia da semana: 1 (Segunda-feira) a 7 (Domingo);

- Utilizador: Nome do utilizador associado ao comando;

- Comando: Qualquer comando ou “script” válido.

Agora sim, já poderá efectuar cópias de segurança automatizadas e ficar descansado se algo correr mal e necessitar recuperar os dados do seu computador. Convirá, periodicamente, verificar se o disco externo está em perfeito funcionamento e se as cópias de segurança estão a ser realizadas com sucesso..