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domingo, 14 de outubro de 2007

Migração de Windows para Linux


Na migração de postos de trabalho ou de Servidores de Windows para Linux, a planificação é a principal etapa de todo o processo.

Em ambientes organizacionais, a participação da direcção garante os apoios necessários para o sucesso da migração, quer ao nível não só financeiro, mas da estratégia a delinear.

Poderá desde logo testar várias distribuições através do Live CD, de modo a utilizar sem interferir com o disco rígido do computador. Desta forma, poderá experimentar e decidir qual o Linux que mais agrada ou possíveis problemas de compatibilidade com o seu hardware.

O facto de a maioria das aplicações Windows não poderem ser instaladas em Linux é um factor da maior importância. No entanto, encontrará mais do que uma alternativa de aplicações desenvolvidas para Linux para realizar as mesmas tarefas. É fundamental a pesquisa prévia das possíveis aplicações que necessitará, para que o planeamento facilite a migração.

No caso de trabalhar com o Office da Microsoft encontrará várias alternativas à altura: OpenOffice, KOffice, entre outras. A compatibilidade dos formatos está bastante desenvolvida, permitindo a leitura e criação de documentos com a extensão .doc ou .xls nestas suites, possibilitando a partilha com utilizadores que apenas disponham do Office. Deverá ter algum cuidado com a migração destes documentos, pois não raras vezes a utilização de documentos, embora seja possibilitada, não mantém formatações efectuadas na suite de produtividade da Microsoft. Se trabalha edição de imagens, o Gimp cobre a maior parte das necessidades.

O Instant Messaging (vulgo Messenger) não foi esquecido e em Linux poderá continuar a utilizar este meio de comunicação! Existem diversas aplicações, entre as quais destacam-se o GAIM e o Kopete e, ao contrário do que acontece no Windows onde cada protocolo tem a sua aplicação, aqui podemos associar vários serviços numa das aplicações referidas. A compatibilidade com inúmeros serviços permite a utilização de uma aplicação que nos conecta ao MSN, Jabber (Google Talk), IRC, ICQ, AIM, Yahoo e até a servidores de envio de SMS!

O correio electrónico e a Agenda tão utilizados no Outlook da Microsoft encontram os seus pares no Linux em programas como o Thunderbird ou Kmail, mas estes não têm a função de agenda, pelo que a utilização de uma aplicação especifica, como o Kontact, será necessária. Aliás, se utilizar o Kmail, o Kontact integra o cliente de correio electrónico de forma a ser utilizado com uma Suite semelhante ao Outlook da Microsoft.

Outras aplicações, para os mais variados fins, estão disponíveis em Linux... Nada como pesquisar e com toda a certeza encontrar!

Migrar ficheiros e configurações são das tarefas mais trabalhosas na migração entre sistemas. A distribuição XandrOS (www.xandros.com) inclui software que permite ao utilizador migrar documentos, musicas, imagens, Instant Messaging, favoritos e livros de endereços para o Linux. Aqui está mais um motivo de valorização de uma distribuição que não é grátis, mas disponibiliza ferramentas úteis ao utilizador. Mas como estamos a falar de Open Source, também a mais recente versão do Ubuntu (7.04) disponibiliza a “Ferramenta de Migração do Windows” (Imagem migrarubuntu.jpg). Este tipo de ferramentas facilitadoras para o utilizador final serão certamente integradas nas próximas versões da generalidade das distribuições Linux, sejam pagas ou grátis.

Uma das maiores preocupações para o mercado empresarial é a utilização de software de Gestão Comercial. De facto, qual é a empresa que vive sem facturar? Neste âmbito, a solução passa pela utilização de software que permita a utilização de qualquer Sistema Operativo. A maior parte dos programas de gestão comercial disponibilizados apenas funcionam em ambiente Windows. Nestes casos, existem duas alternativas: ou se continua a utilizar esse programa recorrendo a soluções de virtualização ou a empresa efectua a migração para uma aplicação que suporte qualquer sistema operativo.

No primeiro caso, poderá recorrer ao Wine HQ (http://www.winehq.org) o qual permite utilizar o Windows no Linux. Não devemos esquecer que a performance do computador nunca poderá ser a mesma pois estamos a utilizar dois sistemas operativos em simultâneo.

A alternativa passa por utilizar software que não dependa do sistema operativo. Isto é conseguido com o recurso à tecnologia web. Para tal, basta a instalação da aplicação base em MySQL (Base de Dados Open Source) e Apache (Servidor Web) de modo que qualquer computador poderá aceder à aplicação como se uma simples página internet se trate. O computador onde a aplicação está instalada poderá localizar-se no interior da empresa ou num servidor Internet (juntamente com a página de internet da empresa). Desta forma, o acesso à aplicação poderá ser conseguido dentro e fora da empresa, sem que seja necessário instala-la em todos os computadores. Paralelamente, o desenvolvimento de software à medida das necessidades das empresas, com base na mesma tecnologia, permite a criação de portais web, permitindo convergir o trabalho de fornecedores, colaboradores e clientes das empresas.

Nos servidores que normalmente correm os sistemas operativos da Microsoft poderão ter instaladas outras aplicações específicas (Exchange, Internet Security & Accelaration, SQL SERVER, entre outras). O Linux tem já integradas todas estas funcionalidades, reduzindo o custo efectivo da sua utilização. Por outro lado, em Servidores Windows deverá ser ainda paga uma CAL (Client Access License) por cada computador que se ligue ao servidor, situação que não existe em Linux...

A migração de Windows para Linux pode ser automatizada através de aplicações como LSP, a qual transfere pastas, utilizadores, grupos, permissões, passwords, entre outras funcionalidades.

Caso opte por não utilizar a solução automatizada, poderá transferir de forma manual. Nesse caso, depois de o servidor em Linux estar devidamente instalado e configurado, basta criar utilizadores, grupos e passwords e migrar os dados de cada um e dos grupos. Esta situação não deverá ser aplicada em situações que existam centenas de utilizadores.

Uma outra questão a estudar deverá ser a utilização do hardware, sendo que há que optar entre utilizar o já existente ou novo especificamente para o Linux. Tudo depende do que já existe e da distribuição a escolher, devido ao suporte que deverá ter para o hardware. Os conhecimentos da equipa técnica da Organização relativos à distribuição devem ser igualmente tidos em conta para esta escolha.

A migração não deve ocorrer em toda a organização de uma só vez. Teste com alguns utilizadores de modo a verificar os constrangimentos que possam existir na utilização das aplicações, devido às diferenças que normalmente existem entre programas e plataformas.

Os utilizadores de computadores não têm as suas necessidades iguais, daí que é muito importante a identificação dos diversos grupos, de modo que se possa analisar as suas necessidades especificas de hardware e software, para que o Linux possa responder da melhor forma possível a cada um deles. A escolha de uma amostra de indivíduos de cada grupo para testar a solução a implementar, permitirá despistar a maior parte dos problemas que, de outra forma, a Organização iria sentir no seu todo, resultando na sua paragem completa!

Posteriormente, na fase da implementação, a migração deverá ser efectuada por departamentos e não apenas a alguns indivíduos.

Uma questão muito negligenciada é a formação. Não se pretende que os utilizadores sejam peritos em Linux, mas a formação é um aspecto que não deve ser descurado... As mudanças são sempre problemáticas para os utilizadores, e, a agravar este facto, a falta de competências para trabalhar com um sistema e ambiente diferentes pode resultar em grande resistência por parte dos utilizadores.

Finalmente, estando a fase de implementação completa, apenas se deverá cuidar da manutenção normal, tal como antes mas com uma certeza: a plataforma que utiliza é mais estável, barata e segura!


Na próxima edição veremos como instalar software em Linux pode ser tão ou mais fácil do que em Windows.

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